A crise económica dos anos 90 na Finlândia
A crise económica dos anos 90 na Finlândia [7]
A crise económica finlandesa dos anos 90 foi muito severa. O decréscimo do PIB real entre 90-93 foi cerca de 14 %, quatro vezes superior ao do colapso da Grande Depressão dos anos 30. A taxa de desemprego subiu de 3% em 1990 para quase 20% no início de 1994. A depressão provocou, por vários anos, uma baixa considerável do nível de vida dos finlandeses, conduzindo à falência de empresas e a uma crise bancária de larga escala, tendo por fim criado graves problemas às finanças públicas, pondo mesmo em causa o Estado-Providência[8] finlandês.
A crise económica finlandesa dos anos 90 foi muito severa. O decréscimo do PIB real entre 90-93 foi cerca de 14 %, quatro vezes superior ao do colapso da Grande Depressão dos anos 30. A taxa de desemprego subiu de 3% em 1990 para quase 20% no início de 1994. A depressão provocou, por vários anos, uma baixa considerável do nível de vida dos finlandeses, conduzindo à falência de empresas e a uma crise bancária de larga escala, tendo por fim criado graves problemas às finanças públicas, pondo mesmo em causa o Estado-Providência[8] finlandês.
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A Finlândia caiu do “paraíso”, do “boom” económico dos anos 80, no auge da versão finlandesa do Estado-Providência. A partir de 1994 a Finlândia começou a recuperar da recessão, mas o país não voltou a ser mais o mesmo de 1990, agora com dois novos problemas: um desemprego persistente e um agravamento das desigualdades sociais.
Nos anos 80, o país era conhecido como um dos países ricos nórdicos, com um avançado sistema de segurança social e um mercado de trabalho corporativo. Finlândia, Suécia, Noruega, Áustria e Suíça pareciam estar imunes à subida do desemprego e aos problemas sociais daí advidos, nos países da Europa Ocidental. No entanto, a partir do fim dos anos 80, todos os países nórdicos viriam a enfrentar crises económicas, sendo a finlandesa a mais grave.
Mas quais as principais causas dessa profunda recessão? “má gestão bancária, má sorte, má política”. No que diz respeito ao factor “sorte”, há duas importantes causas a salientar: a queda da URSS, com importantes consequências político-económicas e consequente queda nas exportações; a entrada na UE, com as respectivas políticas económicas em preparação desde o início dos anos 80. Outros dois factores podem explicar a severidade da crise finlandesa. Tal como outros países, antes da crise a Finlândia tinha um sistema de taxa de câmbio fixa e uma moeda[9] sobrevalorizada, resultado duma taxa de inflação alta, maior do que no núcleo de países do Sistema Monetário Europeu; a inflação e a sobrevalorização da moeda tiveram como causa a expansão do crédito bancário e a desregulação do mercado de capitais na segunda metade dos anos 80. Os mercados de capitais finlandeses estavam desregulados na altura, aumentando assim a oferta de crédito, provocando o incremento da dívida do sector privado, da procura interna e dos activos e conduzindo ao agravamento do défice de conta corrente da balança de pagamentos.
[2. A crise económica dos anos 90 na Finlândia - "Finlândia: Municípios e Descentralização"]
[2. A crise económica dos anos 90 na Finlândia - "Finlândia: Municípios e Descentralização"]
Luís Alves
____________________________________________[7] Seppo Honkapohja e Erkki Koskela, Kiander (ed.), Kalela (ed.), Kivikuru (ed.), Loikkanen (ed.), Simpura (ed.), The Economic Crisis of the 1990’s in Finland, "Down from the heavens, Up from the ashes - The Finish economic crisis of the 1990’s in the light of economic and social research", Valtion Taloudellinen Tutkimuskeskus (Government Institut for Economic Research) Helsinki 2001, pag. 52-101
[8] Normalmente designado por Nordic Welfare State, em inglês.[9] A markka (finlandês) ou mark (sueco) foi a moeda da Finlândia desde 1860 até 28 de Fevereiro de 2002, quando foi substituída pelo euro.
Publicado em Ovi Magazine
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